segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Do Pânico...

Pânico.

Pânico é o que eu mais tenho sentido ultimamente. É uma sensação relativamente nova, sabes? Não estou habituada a sentir pânico. Eu, com todas as minhas manias e obsessões, com as paranóias do controlo e do planeamento, raramente deixo espaço para sensações como esta.

Assim, além de estar em pânico, estou assustada com o próprio pânico. Confuso? Welcome to my world.

Os últimos tempos têm sido de caos total e absoluto  na minha cabeça. Não sei o que fazer com tudo o que aconteceu recentemente. Não estou a conseguir processar a informação e pensar com clareza. E isso assusta-me. Muito.

Considero-me uma pessoa racional. Ponderada. Calculista, até, talvez. E não o tenho conseguido ser.

Precisava, precisava mesmo, de poder carregar no pause e deixar a vida em suspenso por uns dias para pensar e processar tudo o que me tem acontecido. Precisava de dar um passo atrás, pôr a minha vida em perspectiva e conseguir chegar a alguma conclusão.

Mas a vida não pára. E como a vida não pára, eu tenho de tomar decisões a toda a hora, a todo o momento. E isso, já se sabe, leva tendencialmente a decisões menos ponderadas e acertadas. Leva a decisões de impulso. E os impulsos, já se sabe, nunca foram bons. Para mim, pelo menos.

Gostava de ser capaz de viver a vida no momento. Talvez gostasse até de ser mais impulsiva. Mas não sou. Não sei ser assim. E esta constante alternância entre o que sou e o que tenho sido, perturba-me e assusta-me.

Só queria voltar para minha bolha. Para o meu canto. Sossegada e em paz. 

Ao mesmo tempo, será que queria mesmo?...

6 comentários:

  1. todos temos desequilíbrios, o saudável é mesmo tê-los, temos é de perceber a melhor forma de lidar com eles

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  2. A vida real é mesmo assim, por vezes, temos que seguir em fuga para a frente. Já passei muitas fases da minha vida assim, atribuladas, não sei se tomei as melhores decisões. Tomei as que me pareceram mais correctas e, por isso, vivo bem com elas. Nem sempre podemos ser racionais e ponderados...eu achava que já tinha passado por muita situação de pânico, até me dizerem que a minha filha mais nova nunca ía falar...aí perdi o chão. Felizmente não aconteceu porque me mexi logo e entrei em acção. Mas nem tive tempo para pensar a melhor estratégia...só queria algo que me levasse a evoluir...depois disso, todos os pânicos me parecem pequenos.

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    1. Obrigada por partilhares a tua história. E sim, o meu pânico em nada de se compara ao teu!... Mas eu gosto muito pouco de fugas para a frente. Sobretudo, quando há outras variáveis na equação.

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  3. Pode-se tratar de uma fase de aprendizagem e que te ajude a crescer e a evoluir enquanto pessoa, apesar dos teus medos. Boa Sorte e força nisso!

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    1. Sim, aprendemos sempre qualquer coisa. Sobretudo sobre nós mesmos! Obrigada :)

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