domingo, 13 de janeiro de 2013

Dos estados de graça...

Já aqui falei, em tempos há muito idos, sobre gravidezes idiotas.

Gravidezes idiotas são gravidezes que, na minha opinião muito minha, muito pessoal e que não interessa para nada que cada um sabe de si, dizia eu, são gravidezes que não deviam acontecer.

Sejam as gravidezes só porque sim, sejam as gravidezes que aconteceram por acaso (?), sejam as gravidezes em que os pais não têm responsabilidade/maturidade para ter um filho, sejam as gravidezes em que os pais não têm condições físicas/financeiras/emocionais. Em suma, qualquer caso em que não haja, por um lado, um desejo muito consciente do que aí vem e, por outro, uma estabilidade muito grande (a todos os níveis) para receber da melhor forma possível a vida que aí vem.

Ou então não. Ou então a idiota sou eu que acho que todos deviam fazer 10 requerimentos em papel azul de 25 linhas; 5 orçamentos com todos os worst-case scenarios; tirar medidas à casa e ao carro; verificar 3 vezes a conta das poupanças e confirmar todos os direitos salariais em caso de... 

Se calhar, o erro é meu. Meu que sempre disse que não sei se algum dia terei filhos. Bolas! Trazer uma vida ao Mundo é... Trazer uma vida ao Mundo! É mudar o Mundo! Estão a ver a responsabilidade? Não é bem como 'bora lá comprar um carro a crédito e se depois não tivermos dinheiro para a gasolina nem para comer, é na boa. Percebem? É ter um filho. É tornar-se responsável, para sempre, por uma vida. 

Eu sei que sou eu que ligo, em demasia, o complicómetro, e talvez por isso tenha tanta dificuldade em ponderar a hipótese de ter filhos. Mas a verdade é que eu acho mesmo que é complicado. É exigente. Exige tempo, exige dinheiro. (partindo do princípio que há estabilidade emocional - a mais exigida de todas).




Mas sim, se calhar sou eu. Eu é que estou errada. Eu é que devia deixar de tomar a pílula e deixar a natureza trabalhar. 

Ou então não.

13 comentários:

  1. Pois...toda a vida pensei como tu e o que me chateia é que a porra da sociedade massacra-nos como catano!!! Tipo "já paravam de me moer da paciência!!!".
    Olha, juro que te compreendo.
    Beijo

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  2. Pois eu acho que realmente não é só pensar. bora lá fazer um "puto" giro.
    Há muita coisa que muda, que temos de mudar, que temos de ter para lhe propocionar o melhor que póssamos.
    Eu não saberia viver ser ser mãe, mas há quem prefire viver sem ter filhos.
    È como em tudo, cada um é como cada qual...

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  3. Compreendo perfeitamente aquilo que dizes e não deixo de pensar de forma muito parecida contigo. Também eu acho que ter um filho é o maior desafio e a maior responsabilidade de sempre. Faz-me imensa confusão como é que algumas pessoas encaram a paternidade e a maternidade de forma tão leviana, tão inconsciente, tão infantil, tão tudo... como tantas vezes se vê. Não preciso procurar muito, na minha família existem "n" casos desses. Infelizmente não há testes de avaliação de competências para se ser mãe ou pai biológico. Sei que seria muito mau para a natalidade, mas que haveria muito chumbo merecido, ai isso haveria :P

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    1. O meu pai acha que devia haver exames e termos de responsabilidade para se poder ter filhos... E eu, sendo filha dele, concordo...* É demasiado sério para ser uma coisa feita só porque sim!...


      *em sentido lato e genérico e exagerado e tudo e tudo (não vá cair-me alguém em cima...). Acho que se percebe o tom...

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  4. Estas palavras podiam ser minha! não poderia estar mais de acordo! :)

    beijos
    Andreia

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  5. É verdade que muita gente é leviana no que toca a planear a maternidade/paternidade. Só que, por outro lado, as coisas não são a preto e branco porque antes de termos o primeiro filho nós até podemos pensar que estamos mais que preparados e surgem sempre imprevistos que não estamos à espera. E a vida muda sem aviso por muitas condições que por vezes se tenha e também existe aquela questão que se estivermos à espera da situação ideal nunca vamos fazer nada. Eu hoje estou bem e amanhã pode acontecer-me qualquer coisa que muda completamente a minha condição e a da minha filha (desemprego, morte, doença) mas quando ela nasceu as condições eram perfeitas e as expectativas futuras também. A vida é assim, imperfeita e de constante adaptação. Portanto, nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

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    1. Vee, concordo quando dizes que as coisas mudam. E quando dizes que não podemos esperar eternamente pela situação ideal. Eu própria reconheço que sou demasiado complicada, que sou. A questão é que creio que mesmo estando muito bem preparados e com todas as condições, podem acontecer esses imprevistos que referes, se se parte de um princípio em que não há condições, qual é a probabilidade de as coisas correrem bem perante esses mesmos imprevistos?...

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    2. Mas esses são os levianos, os que não têm condiçes nenhumas à partida. Mas não há que esperar pelas condições ideias porque elas nunca vão existir.

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  6. Ser mae muda nos para melhor... aconselho te a desligar o complicometro e deixar a natureza fazer o resto... Queres aprender o significado verdadeiro do amor? Entao tens de ser mae. Vais começar a olhar o mundo com outros olhos vais ver...

    p.s- tambem era uma dessas pessoas que achava que nao queria ter filhos e foi o melhor que me aconteceu que ate acho que vou ter mais uns 2 :)

    Custa muito dinheiro?
    Que nada... deixa se de gastar numas coisas para gastar noutras e teras sempre um motivo para sorrir... as nossas pessoazinhas sao os seres mais iluminados do mundo... com um so sorriso tocam o nosso coraçao.
    Boa sorte e nao tenhas medo. Beijinhos.

    P.R

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    1. Ainda não sou capaz de ver as coisas assim. Talvez um dia :)

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  7. Se todos pensassem assim haveria menos crianças «indesejadas e maltratadas». Mas depois se este pensamento for levado ao limite, ~quase ninguém teria filhos. As coisas adaptam-se. O importante é o amor. A estabilidade emocional

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    1. É essa que me preocupa. Mais do que qualquer outra coisa...

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